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Flickr/Tasha Maríe

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Eu nunca acreditei muito em amor.

Não por terem partido o meu coração ou algo do tipo. Eu só não sabia como era estar apaixonada e, durante muito tempo, aquela história de borboletas no estômago, pernas bambas e suor frio eram, para mim, algo inventado – e que ninguém sentia de verdade, apenas os personagens dos filmes.

De repente, comecei a ouvir vários amigos falando durante horas sobre como tinha sido aquele fim de semana romântico, ostentando um sorriso de orelha a orelha ao comentar sobre o tal jantar incrível e com um super brilho nos olhos ao mostrar o melhor presente do mundo… Aos poucos, comecei a aceitar que era algo bom – e a torcer para que sentisse isso também.

Depois de alguns meses, eles já não falavam tanto sobre o assunto. Os sorrisos bobos se perderam e conseguia ver o tal sentimento murchando… até não existir mais. O pessimismo voltou, junto àquela voz interior que dizia: “eu te avisei!” Isso fez com que eu me fechasse e ficasse com medo de me apaixonar, afinal, não queria sentir o melhor e depois simplesmente perder tudo. Parei de esperar que acontecesse comigo e comecei a transformar todos os “talvez” em “não”.

Mas você conhece aquela frase “me apaixonei do mesmo que jeito que alguém cai no sono, gradativamente e de repente, de uma hora para outra”? Já tinha lido-a em vários lugares e, mesmo achando interessante, era só mais uma frase bacana. Até que ela começou a fazer sentido.

Era 2015 e eu estava no terceiro ano do Ensino Médio. Um amigo começou a falar “nossa, conheço um cara que combina muito com você!”. Eu e ele só fomos conversar no começo de 2016 e logo marcamos de sair. Foi preciso apenas alguns momentos e eu já estava sentindo os sintomas da minha primeira paixão. Era real tudo o que tinha ouvido: comecei a reparar nas pequenas coisas e elas faziam com que aquele sentimento aumentasse até não caber mais em mim.

Seus olhos fizeram o meu mundinho parar. E as piadas sem graça, das quais eu morria de rir? A sinceridade, o carinho e tantas outras coisas expulsaram aquele medo de mim sem nenhum esforço. Sabe o que mais gostamos de fazer? Ficar na minha cama, deitados, conversando sobre tudo, de fórmulas químicas até a série nova da Netflix. Ele é tão inteligente que adoro ouvi-lo falando sobre qualquer assunto.

Não foi planejado, mas aconteceu – e é o melhor sentimento.

O medo não existe mais. O tempo passou e ainda espero ansiosa pelo final de semana, por nosso próximo encontro… Crio planos para o nosso futuro e transbordo quando estamos juntos. E ele está sempre lá por mim, me ouvindo e dando conselhos. Ele é meu melhor amigo.

Talvez, se eu soubesse como é bom, teria tentado antes. E, para ser bem sincera, ainda bem que não sabia como era, porque quando menos estava esperando, conheci o cara por quem quero passar todos os dias apaixonada.

 

Por Kamyle Motta, 19 anos, Campinas (SP)
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