Esqueci você

26 de setembro de 2014
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Acordei como qualquer outro dia. Tomei um banho rápido, preparei meu café forte e escolhi a roupa mais confortável para uma segunda-feira de ressaca. Encarei o mesmo trânsito de sempre. Passei quase uma hora, na minha mesa de trabalho, apenas deletando os e-mails do final de semana. A vida seguindo seu curso normal. Começo de uma semana qualquer, em uma cidade qualquer, em mais um ano par sem grandes novidades. E aí, no meio do dia, entre uma ligação e outra, veio o clique: esqueci você.

Tentei me lembrar de você ali, naquela hora. Das coisas que senti quando acabou. Porque a gente sempre sente, não é? Mesmo quando sabe que era a hora. Mesmo quando sabe que era questão de coragem – quem ia pular do barco primeiro. E eu tentei lembrar de toda a dor que engoli porque a gente tinha deixado de ser – seja lá o que, de fato, a gente tenha sido ou vivido (um grande amor, talvez? Ou coisinha boba e passageira).

Se é pra ser sincera, é meio apavorante reparar que se esqueceu alguém. Principalmente quando esse alguém, um dia, foi visto como o centro de tudo, sabe? Esquecer alguém por quem a gente foi completamente louco é descobrir, um pouco, que às vezes a gente é quase que insignificante e substituível. Ainda que, te esquecer, não tenha nada a ver com substituição. Foi apenas processo de cura.

Amor acaba. Descobri isso depois de muito tentar. Depois de muito lutar pra esquecer. E depois de você, que esqueci. E não é bem o tempo, não são os colos amigos, não são os filmes, nada específico. É apenas a vida, sabe? A vida mostrando que, às vezes, algumas coisas passam. E você, querido, passou.