Amor feito confete

22 de julho de 2016
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Foto: Raquel Fialho

Foto: Raquel Fialho

A gente os joga para o céu e eles tornam a cair, deixando tudo ainda mais colorido.

Mesmo que a gente se suje, não tem problema, não. A brincadeira é justamente essa: pegá-los de volta do chão e jogá-los com alegria, o mais alto que pudermos, para vê-los voltarem bonitos por cima de nós. A cor ainda existirá e, mesmo que ela fique um pouco mas apagada depois de uma chuva forte, o que importa é que sempre haverá de ter graça.

Lembremos também que eles são frágeis.

Sim, pois são feitos de papel e isso não dá para esquecer. Se algum deles fica por baixo de um sapato desavisado, num instante, sem pensar, uma parte pode se rasgar e não há o que mude isso. É claro que existe cola, mas estamos falando de algo tão pequeno que não seria a mesma coisa – nem que fosse grudado novamente, você sabe.

Por isso que há vários, assim como inúmeras chances. Se um acaba se perdendo por conta de um vento forte, logo teremos outro e outro e mais um. Sem anular a importância dos primeiros, é claro, pois, uma vez que o número diminui, as coisas vão mudando e não são mais como eram lá no início.

Disso sabemos bem.
Tudo o que existe há de ser cuidado.

Por isso os conservamos. Continuamos a jogá-los para o alto, com o riso frouxo no rosto, e aproveitamos este nosso momento em união, mas tomando todos os cuidados necessários para que tudo não acabe levando consigo partes de nós que são pequenas, mas essenciais.

Porque é simples como o respirar – não há engenhosidade nenhuma por trás de algo tão bom e leve. Porém existe a responsabilidade de pegar, cuidar, preservar. Para que exista por muito e muito tempo. Para continuar nos dando o tanto de alegria que nos dá hoje.

E continua assim, bonito e colorido, sabendo que o mais incrível é que ele pode acontecer a todo momento: no frio do inverno, no florir de outubro ou até mesmo no vermelho e verde de dezembro.

O nosso amor é feito confete e nem precisa ser Carnaval pra gente se reunir e celebrar.