você está lendo Como eu aprendi a olhar o lado bom das coisas

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Ao acordar no dia 13 de Agosto de 2011, mais uma vez atrasada, eu não imaginei que minha vida mudaria ali, tão rapidamente. Coloquei meu tênis verde de cano alto, uma blusa de frio colorida, a jaqueta e uma legging preta, saí correndo na chuva, fui atravessar a rua correndo e um ônibus me atropelou, parecia uma filme, parecia que ia acabar rápido e logo eu estaria na cama, acordando atrasada de novo.

Mas não foi bem assim.

Ao perceber que não era um sonho, que eu não fazia noção de que horas, dia ou ano aquilo acabaria e a única coisa que conseguia fazer era pedir para Deus que continuasse viva, soube que minha vida acabara de mudar.

Muitas fraturas e muito, muito sangue perdido. Depois de alguns dias na UTI, fui para o quarto, veio um médico me contar o que me esperava pela frente e me falou algo que nunca esquecerei: para sobreviver, usei 10 bolsas de sangue do banco do hospital. Ele me pediu ajuda para repor, me contou a atual situação dos bancos de sangue espalhados pelo Brasil e eu senti algo forte, uma mistura de gratidão com obrigação. Eu precisava contar aquilo para as pessoas, eu precisava ajudar outras Carolinas, Marias, Pedros, Brunos e outros tantos que chegassem no mesmo estado que eu cheguei, precisando de sangue para sobreviver.

Com a ajuda de amigos, gravei um vídeo chamando para a doação de sangue e recebi o maior presente da minha vida, o Projeto Vai, Doa! Não fiz nada sozinha, muitos amigos estavam comigo, me apoiando, visitando, me ajudando a espalhar o pedido, os amigos de internet, esses que a gente nunca abraçou de verdade mas consegue sentir tão próximo como aqueles que estão no nosso convívio, começaram a mandar fotos doando, divulgando e falando sobre doação.

Hoje, depois de 2 anos e alguns meses, estou completamente recuperada e o Vai, Doa! não morreu, ele se tornou nosso projeto pessoal (sim, todos vocês são #vaidoa) e com a ajuda de mais amigos, nos juntamos para contar para mais pessoas a importância de doar sangue.

O projeto Indiretas do Bem (que acredito que vocês já conheçam e amem, assim como eu) está fazendo uma missão – #instadobem11 ~ o que é VIDA para você? – e também divulgando no blog informações sobre doação, nada mais do bem do que salvar vidas, não é mesmo?

A Tastemade, que é uma network de vlogs de culinária, criou a playlist “Receitas do Bem” com vídeos de seus canais de culinária ensinando comidinhas e falando sobre doação, afinal, quem doa sangue precisa se alimentar direitinho!

E a Bruna Vieira, que além de querida é uma das pessoas que mais nos inspira hoje, cedeu esse espaço no blog para que a gente possa falar sobre doação.

Um dos objetivos do Vai, Doa! é desmistificar alguns tabus sobre doação, como por exemplo: você sabia que menor de idade pode doar sangue? A partir dos 16 anos, você pode ir até o banco de sangue com seus pais e eles autorizarem sua doação, não precisa esperar a maioridade para salvar vidas!

No Tumblr do Vai, Doa! além de informações como essa, vocês podem saber onde doar, quem pode doar e ainda mandar sua foto doando, isso ajuda a incentivar quem tem medo ou nunca pensou em doar. Caso você ainda seja menor de 16 ou por algum motivo não possa doar, saiba que falar sobre isso com os amigos, parentes, compartilhar pedidos de doação já ajuda muito, todas as pessoas que conseguimos levar para doar a partir do Vai, Doa! ficaram sabendo por amigos, pela internet, portanto, todos podem ajudar a salvar vidas!

Hoje estou totalmente recuperada, mãe de 5 gatinhos e essa foi a minha forma de olhar o lado bom de um acontecimento ruim e reconhecer o valor de amizades sinceras, sejam elas digitais ou não. Portanto, atravesse na faixa, doe sangue e olhe sempre o lado bom das situações negativas, saiba que por mais difícil que seja, sempre fica algum aprendizado positivo e nos tornamos pessoas melhores, pessoas capazes até mesmo de salvar outras pessoas.