você está lendo Eba! CD novo do John Mayer!

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A segunda passou, mas deixou uma notícia que promete nos alegrar e inspirar o resto da semana: Finalmente vazou o novo CD do cantor americano John Mayer. “Born and Raised” é o resultado dos últimos anos turbulentos – o cantor enfrentou uma doença grave na garganta e ainda se separou da atriz Jennifer Aniston.

Ainda não sei se gosto dessa pegada country de algumas faixas, mas no geral, curti bastante o CD. A voz do cara consegue me deixar inspirada como nenhuma outra. Não sei já contei pra vocês, mas grande parte dos textos de escrevo aqui para o blog (os de amor, principalmente) são escritos ao som de John Mayer. MUSO INSPIRADOR!

Quem ficou afim de ouvir também, esse link para downlaod ainda funciona.

Em negrito, minhas canções prediletas:

1.”Queen of California”
2.”The Age of Worry”
3.”Shadow Days”
4.”Speak for Me”
5.”Something Like Olivia”
6.”Born and Raised”
7.”If I Ever Get Around to Living”
8.”Love Is a Verb” 
9.”Walt Grace’s Submarine Test, January 1967?
10.”Whiskey, Whiskey, Whiskey”
11.”A Face to Call Home”
12.”Born and Raised (Reprise)”
13.”Fool to Love You (iTunes bonus track)”

Born and Raised ganhou 4 estrelas na resenha da revista Rolling Stone. Confiram o texto traduzido:

Rolling Stone: John Mayer – Born and Raised por Jon Dolan

Sempre existiu dois John Mayers. Existe John o músico, o novo-James Taylor que escreveu “Daughters” e “No Such Thing” e o onívoro guitarrista de blues que pode dar suporte ao Jay-Z ou fazer um cover de “Sweet Child o’ Mine”. E então existe John, o cara, que dá muita informação sobre a sua vida pessoal ao TMZ, deixa um rastro de ex-namoradas famosas e promove o seu “membro”, supostamente racista, em uma entrevista desastrosa da Playboy em 2010. Usualmente, Mayer separa meticulosamente a sua música de sua persona pública. Mas no seu quinto álbum, ele força as duas no mesmo lugar e exige que elas se entendam.

Mayer é confessional e um pouco arrependido em Born & Raised, às vezes de uma forma bem inspiradora. “It sucks to be honest, and it hurts to be real,” ele canta em “Shadow Days” a respeito de ter sido queimado pelo seu mau comportamento. Mayer que há uns anos atrás largou o Twitter, viu seus pais se divorciarem e se mudou para uma casa em Montana, diz querer que Born & Raised evoque nas pessoas o sentimento de um cowboy tranquilo sentado em um campo aberto tocando seu violão perto de uma fogueira. E o CD faz isso, assumindo que a fogueira foi feita com antigos discos de Crosby, Still, Nash & Young e Allman Brothers (David Crosby e Graham Nash até fazem as harmonias na música “Born & Raised”, que fala sobre um auto-reconhecimento recente e duramente conquistado). “Queen of California”, define o prazeroso tom introspectivo do álbum: “Looking for the song that Neil Young hummed after the Gold Rush in 1971”, ele canta.

O CD “After the Gold Rush” foi lançado em 1970, mas você entende o que ele quis dizer: esse é um disco sobre como é difícil conviver com si mesmo, quando se é velho o suficiente para pagar por seus erros, mas jovem o suficiente para continuar errando. “Whisky, Whisky, Whisky” é uma música country-californiana sobre os problemas de se beber por prazer; o gentil desenvolver de “Speak For Me” lamenta que o rock não produz mais heróis como antigamente: “Now the cover of a Rolling Stone, ain’t the cover of a Rolling Stone,” ele observa.

A mudança de estilo e o tom de confidência fazem com que estas sejam as músicas mais convincentes de sua carreira. Ele gravou grande parte do disco com o produtor Don Was antes de sua cirurgia nas cordas vocais no ano passado, então a sua voz aveludada tem um tom um pouco rouco, mais vulnerável. Como sempre, sua guitarra é contida e elegante.

É claro que este não seria um CD do John Mayer sem uma balada arrebatadora que tenta unir o espírito de uma época em uma música. O jorro orquestral de “Age of Worry” nos aconselha – e acreditamos que ao John também – a fazer paz consigo mesmo. Mas a música que fala mais fundo à alma é “Love is a Verb”, uma música lenta parecida com “Wonderful Tonight” que irá arrebatar a temporada de casamentos na primavera, como uma estrela cadente de Soft Rock. “When you show me Love / I don’t need your words,” ele canta com um piscar de olhos carinhoso, deixando pouco espaço para nós adivinharmos qual é o melhor verbo para substituir o verbo falar. É um momento onde os dois Johns se encontram – um pouco sensível, um pouco infame. Uma mão no coração dele e a outra na sua coxa, pronto para ir até o final como só ele pode.