Comicídio culposo

10 de fevereiro de 2012
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Que seja por um coração partido, por ansiedade, preocupação, pela espera de algo importante. Que seja de uma só vez, em etapas, de pouquinho em pouquinho, que seja! Mas que seja claro também que todo mundo é culpado, ou já se sentiu assim alguma vez. E sim, todo mundo já cometeu esse crime, com as mais variadas armas do supermercado. Quem um dia já não se empanturrou de biscoito recheado ou cansou de comer brigadeiro com bastante leite condensado? Babou naquele salgadinho na vitrine da lanchonete, e depois, acabou com ele em um segundo? Devorou um pacote de caramelo em menos de dois minutos, só para ter tempo de ainda beliscar um pedacinho de chocolate? Acontece, principalmente entre as garotas, principalmente naqueles dias… em que tudo vira motivo para se irritar e então comer, comer e comer.

Quem nunca comeu para esquecer a culpa que atire o primeiro pedaço de bolo! Ou o primeiro cupcake, a primeira lata de doce de leite, a primeira pizza, a primeira porção de batatas fritas! E cá para nós, dá um tanto certo, não é? A gente se esquece do problema enquanto tem as gostosuras a nosso dispor. Mas aí é que está o crime! Enquanto estamos cometendo o comicídio (culposo, é claro, daqueles que nós não temos a intenção de cometer) nos esquecemos de que depois, o problema volta, e ainda tem a compania de outra culpa: a de ter comido muito! E só há uma coisa que cure esse estado: um sundae de chocolate. E começa tudo de novo…

Destinados a ser eternos culpados pelo crime mais comum (e menos resolvido) da história da humanidade, e o pior, cometido contra nós mesmos. O comicídio, com o perdão da palavra adaptada às pressas, enquanto abocanho a última bolacha do pacote, é um crime sem castigo, mas que tem nosso sincero perdão… Realmente, tem coisas que a gente não aprende mesmo, não é?