você está lendo Reading: O diário de Anne Frank

Querido Diário,
Que menina nunca teve alguém como você?

Deitada de bruços na cama, você ainda pode ver… Capa rosa-claro, branca, amarela-ouro, verde-cana ou azul-bebê; alguém em quem podemos confiar trancado num cadeado dourado ou prata. Uma caneta longa de plumas para escrever e claro, um zilhão de coisas ínfimas – das quais mais tarde nos envergonharemos, mas – que nos parecem dignas de um relato no momento. Eis que surgui seu melhor amigo, destino de suas cartas e melhor ouvinte de todos: Nosso Querido Diário.

Sofrimentos, alegrias, “ele me pediu a borracha emprestada hoje!”, e todas as nossas importantes histórias de todos os dias. Reduto dos nossos segredos, das nossas profundas lamentações – até mesmo daquelas pessoas que não merecem aquelas palavras como adjetivo; O alvo de toda mãe quando limpa seu quarto na sua ausência. Lá abrimos nosso coração e o entregamos as páginas em branco preenchidas com tudo que somos.

Agora, diga-me: o que você faria se todos os seus segredos fossem publicados num livro, traduzidos para as mais variadas línguas e lidos por milhares de pessoas de todo o planeta?
Enlouquecedor, não?
Não para Anne.

Quando Annelisse Mary Frank – “podem me chamar de Anne!” – acordou às cinco da manhã do dia 12 de junho de 1942, pois já não conseguia mais manter os olhos fechados, levantou e recebeu os parabéns da família pela sua décima terceira primavera e pegou em suas mãos o presente que marcaria sua vida, mal sabia ela que um diário poderia mudar sua vida – e a de tantas outras pessoas por décadas.

Afinal, nós estamos falando de uma judia.
Uma família Judia.
Em 1942.
2ª Guerra Mundial.
Tão próximo da Alemanha de Hitler quanto era perigoso estar.

Há princípio não passava de um diário comum de mais uma menininha com problemas – ou não – com rapazes, com a escola, com a mãe, com a irmã mais velha e com o mundo que não a entende. Mas a vida dessa menina estava prestes a mudar. Pois, a sensível Anne, precisou sair de casa quando a irmã recebeu uma convocação da Gestapo – a polícia especial alemã – e todos nós sabemos o que isso significa: Campo de Concentração.

Logo, sua família é levada as pressas para um esconderijo secreto que estava sendo projetado por Otto Frank – pai de Anne – e seus amigos da fábrica onde trabalhava há algum tempo: Atrás de um armário, um espaço minúsculo seria o novo lar de Anne, sua família, a família Van Daan e mais tarde, outro judeu que precisou de abrigo.

Então começa um verdadeiro inferno da vida de Anne: privada dos bens mais preciosos da humanidade – como o direito de ir e vir e comida de qualidade – e presa com pessoas egoístas, hipócritas e profundamente antiquadas com relação à juventude florescente, os consolos de Anne são o seu diário (que ela apelidou de sua amiga Kitty), o Pai (que ela descreve como um homem gentil e compreensível), os amigos do Escritório, (como Miep, que mais tarde guardou seu diário) e, mais tarde, Peter, que também mora no Anexo, e por quem ela alimentará algum sentimento maior que amizade.

As descrições dos dias no Anexo de 1942 a 1944 com todos os outros, de como pessoas diferentes morando em um mesmo espaço podem ser realmente complexas, de como a privação de comida, liberdade e convivência com pessoas de sua preferência é algo quase enlouquecedor, Anne nos mostra que não deixou de ter uma adolescência como qualquer outra menina. O despertar de sua sexualidade, paixão, seu desejo de conhecimento e claro, sua profunda sensibilidade perante o mundo do qual ela não mais participa é capaz de tocar tão fundo o seu eu, que beija sua alma.

Um livro de tirar o fôlego milhares de vezes a cada página, de fazer chorar e rir ao mesmo tempo, de marcar profundamente sua vida e claro, uma lição de que há outras pessoas sofrendo coisas mil vezes piores do que aquilo que você julga “o pior problema do mundo”.

E o melhor de tudo – ou pior – este livro é baseado em um diário real.

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