Colecionadores

20 de fevereiro de 2016
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Foto: Jailbird

Foto: Jailbird

Tem gente que guarda botões. Sabia disso? Conheço um menino que, desde criança, tem uma caixinha cheia deles. Ele diz que vieram de seu pai e, antes dele, de seu avô. Também conheço pessoas que fazem coleção de moedas antigas, raras, de outros países e também aquelas comemorativas e de datas históricas, como as Olimpíadas. Junto a esse time, sei de gente que coleciona bonecos, medalhas, discos, carrinhos… Tem também aquelas que fazem questão de completar e guardar um álbum de figurinhas.

Não entendeu onde quero chegar? Então aí vai o tema deste post: também coleciono álbuns.

Confesso que a mania não é muito antiga. Quando pequena, colecionava alguns de temas da época, como filmes da Disney, da DreamWorks, de personagens de histórias em quadrinhos, de Harry Potter e outros. Mas o tempo foi passando e esse costume deixou de fazer tanto sentido para mim, perdendo um pouquinho a graça. Vários destes, é claro, eu ainda guardo, mas não aumentei a coleção. Na verdade, me dei conta de que comecei a colecionar outro tipo de álbum…

Nele, as figurinhas não se compram. Pois é, não tem como ir até a banca mais próxima e pagar alguns reais em um pacotinho sortido. É tudo de momento. Repetindo um clichê verdadeiro: não há dinheiro que pague.

As coisas vão acontecendo e, ao final do dia, acabam virando coleção. Todas as coisas! Das melhores, as lembranças mais bonitas e doces. Uma foto, uma frase, uma pequena recordação daquele momento exato, para que ele nunca mais se perca. Detalhes eternizados que terão seu sabor sentido por mim quando eu bem entender, pra eu me lembrar da parte mais bonita da vida mesmo nos dias escuros. Para estimular, inspirar e me guiar.

Já aqueles momentos que não foram muito bons, certo, estes não viram imagens tão grandes na página – afinal, não merecem um destaque marcante, não é? Não dá para inflar tanto o erro, o obstáculo, o contratempo ou a tristeza. Mas, de certa forma, eles também não podem ser apagados e é por isso que têm seu espaço. O lugar deles está lá, como deve ser.

A lição que me trouxeram sempre vai ficar ali, criando lembranças sutis. A dor? Ela passa com o tempo. A gente vira a página e começa uma nova. Afinal, com um álbum destes a esperança não dorme – sabemos que ainda virão muitas memórias boas a serem fixadas.

Por isso, você já deve ter presumido, às vezes as figurinhas repetidas também aparecem. Porque sim, o mundo dá voltas. No começo da minha coleção, não sabia onde colocar momentos gêmeos. Desde aqueles que parecem não ter importância nenhuma – alguns dias vazios amanhecem na vida de todo mundo! – até os que se passam exatamente do mesmo jeito dos que vieram antes, mas de forma reversa. Que ironia, quando eu iria imaginar?

E nem pense em trocas! Neste álbum, trocar cards com amigos não é tão simples assim. Não dá pra passar a bola para o outro e pegar uma figurinha dele, à toa, só porque você ainda não a tem. Se fosse fácil, não teria tanta graça.

A gente troca, por assim dizer, o conhecimento sobre como conseguimos cada recordação. O que fizemos para completar as tais páginas. E então, sem receita de bolo ou coisa do tipo, a troca mais valiosa já foi feita. Cada um tem o necessário para rechear seus próprios álbuns.

Você percebeu? Fizemos uma troca por aqui. Espero ter te inspirado um pouquinho para, quem sabe, você deixar o seu álbum ainda mais incrível. Afinal, somos todos colecionadores.