você está lendo Com quantos anos você quer…?

quando-crescer

Aos 25, eu planejava casar. Havia uma brincadeira na escola em que você colocava a idade que queria se casar no centro do papel e, ao redor, nomes de garotos que gostava, animais, nomes para filhos etc. No centro dos meus papéis, sempre 25. Era a idade em que tudo já deveria ter dado certo. O “certo”, no caso, é algo que até hoje eu não sei direito como é.

Não sei se é crise dos vinte-e-poucos, síndrome de pós-formada ou inferno astral. Mas tô quase chegando lá e não sei o que quero da minha vida. Não tenho ideia se quero ir, voltar, fugir pro outro lado do mundo ou me esconder em uma cidadezinha litorânea sem maiores preocupações. Apesar de tomar algumas escolhas diárias, traçar pequenos planos futuros, sonhar com alguns objetivos que quero alcançar, a grande verdade, verdade mesmo, é que é como o título daquele filme com a Clarice Falcão: eu não faço a menor ideia do que eu tô fazendo com a minha vida.

A pergunta que ando me fazendo é: alguém faz? Alguém sabe exatamente todos os passos que quer dar ao longo da vida? E não se arrepende de nada? Na minha vida, aquele papo de “eu só me arrependo do que não fiz” nunca bateu. Eu me arrependo de um monte de coisas que fiz, sim. Além disso, “não fazer”, no fundo, já é fazer alguma coisa.

Pesquisando um pouco sobre quais caminhos eu poderia tomar daqui pra frente, encontrei um monte de gente que, desde pequeno, sabia aonde queria chegar. Invejei um pouco. Galera que, aos 13 anos, tinha a profissão definida, sabia qual empresa queria abrir e quantos filhos queria ter. Dos 13 aos meus quase 23, mudei de ideia umas quinhentas vezes.

Por outro lado, talvez eu só tenha chegado aonde cheguei porque eu não tinha certeza de nada. Porque me permiti mudar de ideia, quantas vezes fosse necessário. Não sei. Este, definitivamente, não é um texto sobre conclusões. É mais pra dizer: se você também tá nessa, relaxa. Você não está sozinho.