Caixa Postal

15 de agosto de 2012
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Alô! Não posso te atender agora, mas mesmo assim, antes desligar, queria dizer algumas coisas. Não vai demorar. Prometo.

Talvez você nem se importe mais, mas nos últimos meses estive ocupada vivendo a vida dos meus sonhos. Conquistando, aos pouquinhos e  quase sozinha, aquelas coisas que sempre te disse que queria pra mim. Mudei de cidade, decorei meu apartamento, viajei pela Europa, arrumei um trabalho melhor, conheci novas amigas e até adotei um gatinho preto (lembra que eu morria de medo de gatos?).

Sei que não tem notícias minhas desde a última vez que nós falamos pessoalmente, e que todos os nossos amigos perguntaram de mim quando você estava só por aí, mas não me culpe. Eu tive que enterrar tudo o que sentia por você pra conseguir acreditar que um dia nasceriam flores novas por aqui.

Pode parecer loucura, mas nos primeiros dias, toda noite antes de dormir, eu fazia questão de lembrar de todos os seus erros. Dos mais bobinhos até aqueles que quase nos fizeram terminar. Tentava me convencer, aos poucos, de que você nunca foi o cara certo pra mim e que nosso amor foi só mais um dos meus erros típicos de adolescente que quer explorar o mundo aos dezesseis.

No fundo, tentei enxergar um pouquinho de você em todos os caras que conheci. Na balada, na viagem, no elevador, na livraria, no metrô… Mas sabe, tenho tido uma preguiça enorme de deixar as pessoas descobriem os meus piores defeitos e maiores qualidades. Um medo idiota que desistam e que ao mesmo tempo, não desistam de mim. Essa coisa de conquista parece bem mais legal nos filmes de comédia romântica.

Sinto falta da nossa sinceridade. De me sentir segura, mesmo contando meus maiores medos, desvaneios e sonhos pra alguém. Queria mesmo era encontrar um cara que me conhecesse como eu sei, [só] você conhece. Alguém que olhe pra mim, e dispense legendas. Que faça, sem presentes e promessas, eu me sentir a pessoa mais especial desse planeta.

Fico pensando como seria se a gente tivesse nos dado mais uma chance. Se o medo de estragar a amizade não tivesse sufocado o que jurávamos de pé junto ser amor.

Não vou mentir, ainda penso que um dia vamos nos encontrar, mesmo que sem querer, por aí. Nessa vida ou nas próximas. Imagino que independende das cincurctâncias, vamos nos olhar e ter a certeza de fomos feitos um para o outro.  Meu bem, o amor, ou seja qual for o nome desse sentimento que me faz querer compartilhar com você minhas descobertas dessa vida, independe da distância ou do tempo.

Não acho justo deixar o destino escolher por nós dois. Ir embora, enquanto o amor vai adiante.  Ainda temos aquela opção de deixar as coisas acontecerem, aos poucos, ir com calma. É isso. Desliga e apaga logo o meu número da sua agenda, para sempre, ou liga de novo até eu conseguir atender. Agora!

Tu tu tu tu tu tu tu tu…