Tudo aquilo que somos

10 de junho de 2011
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Algumas pessoas criam sua própria história em cima da realidade. Perdem tempo imaginando cenas, lugares e inventando sentimentos que nunca existiram.  E esse é justamente o grande problema dos que (se) enganam. Depois de um tempo falando mentiras, eles mesmos acabam acreditando nelas.

A verdade é que gente tem mania de querer explicação pra tudo que acontece na vida. Inventamos motivos e desculpas para que as coisas simplesmente façam algum sentido. E quer saber? Nunca fazem.

Pensar e escrever sobre a vida ou sobre o amor é algo abstrato demais.  Nem tudo precisa ser compreendido agora. Esse texto por exemplo, pode não fazer nenhum sentido pra você hoje e amanhã, quando o ler de novo, pode dizer tudo. Ao contrário do que andam dizendo por aí, o tempo não cura nada, apenas ensina.

Ensina que você pode sumir por uns tempos e voltar, mas nada do que foi será como já foi um dia. Que mesmo que você torne o passado presente, ele jamais será como nas suas lembranças.

Ensina que você pode cavar um buraco bem fundo na areia do mar, e enterrar por lá todas as suas mágoas e frustrações. Mas, uma hora ou outra, alguém sem saber (ou por querer) vai cutucar. E vai doer.

Ensina que você pode até ter saudades de algum momento importante da sua vida tipo formatura, casamento, aprovação no vestibular, mas o que realmente vai doer numa tarde cinza de domingo, é a saudade dos momentos mais simples como por exemplo, sua mãe te chamando pra acordar, do seu pai te levando para a escola, das implicâncias do seu irmão, do caminho pra casa com os melhores amigos e da sua avó fazendo gracinhas pela casa.

Ensina que o que destrói ilusões e constrói o que está por vir é a  necessidade secreta de cada um. Aquela que alimenta a vontade de correr riscos, de fazer o impossível e o oposto do que achamos certo. Pra depois quebrar a cara e dar risada de tudo isso.

Ensina que a vida continua, com ou sem você.