você está lendo Mudei de escola, e agora?

Apesar de ela estar sempre presente em nossas vidas, lidar com a mudança nunca foi uma tarefa fácil.  A gente tem mania de se trancar em quarto escuro e deixar entrar apenas aquelas pessoas que consideramos importantes. Ninguém pode sair. Ninguém estranho pode entrar. Em determinados momentos, dar uma basta nessa mesmice é mais necessário. É importante abrir a janela e deixar a luz entrar. Deixar a chave em cima da mesa para ver quem fica e quem se vai. Sair, descobrir o mundo e todas as outras pessoas que vivem nele. Muitas das vezes, somos obrigados – pelo destino – a fazer isso.

Se a gente considerar a mudança como um desafio, podemos enxergar as coisas de uma maneira diferente. Lembre-se, para vencer e ultrapassar um obstáculo, seja ele qual for, é preciso deixar coisas para trás, pegar impulso e pular alto – muito alto. O suficiente para enxergar lá de cima, tudo que passou e perceber que o que vem pela frente pode ser ainda melhor. Arriscar.

Eu já passei por isso e sei exatamente o quanto ser a novata é uma tarefa difícil.  Todo mundo te olha, poucos falam com você. Aquele sentimento de solidão surge, e você tem a sensação que ninguém pensa como você. A verdade, é que as maiores barreiras são aquelas que nós mesmos criamos. Enquanto você se sentir entranha, os outros te trataram como uma. Por isso, pare de pensar no que estão pensando. Evite comparações. Nesse mundo, enquanto o tempo ainda passar, nada será igual.

As pessoas parecem assustadoras à primeira vista. Eles também sentem isso em relação a você. Mostre o seu lado amiga, converse com os garotos, não se prenda a sua sala, o colégio inteiro agora é seu.

No primeiro ano, quando eu mudei de escola e fui para o CEFET, algumas pessoas não souberam lidar com as diferenças. Sofri bullying de um grupo de veteranos liderados por uma garota que simplesmente ‘não ia com a minha cara’. Entre apelidos de ‘emo’ e brincadeiras de péssimo gosto, tive que aprender a ignorar e continuar andando. Como eu ainda estava insegura em relação a tudo, foi muito difícil pra mim superar isso. Mas com o tempo, eu aprendi. E creio que ela também, um ano depois, ela conversou comigo e pediu desculpas dizendo que não tinha absolutamente nada contra mim. Que aquilo foi só uma brincadeira. Obviamente, eu sorri e disse que aquilo não me importava mais.

No mesmo ano, enquanto participava de um concurso da Capricho na internet, um garoto da minha sala comentou na foto minha que estava no site e disse absurdos ao meu respeito. Obviamente, foi covarde e colocou uma nome de uma garota no lugar do dele.

Em churrasco de despedida de final de ano, ele aprontou de novo. Tirou o meu nome  – de propósito ou não – e no lugar de amigo-oculto, fez  um inimigo-oculto, me humilhou na frente de todos os outros da sala. Como todos estavam bêbados (menos eu), fui motivo de risadas e se não fosse por uma amiga (Ana Júlia, te amo!), eu ficaria sozinha naquela dia.

Sabe o motivo de tanto ódio? Por que eu não convidei ele para a minha festa de aniversário. Que foi super pequena, apenas para os amigos mais próximos.

Resultado de tudo isso: Ele reprovou.

O que eu aprendi? Se falam mal de você pelas costas, é porque você está na frente.

Como vocês devem ter percebido, nem tudo sempre será perfeito. Mas, posso garantir por experiência própria, que uma mudança como essa, interfere diretamente no rumo da nossa vida. Cabe a nós mesmos fazer com isso seja a melhor coisa que poderia ter acontecido.

Ps: Esse tema foi sugerido por uma leitora na comunidade do blog.  Dê suas sugestões também.