Fuckin’ Perfect!

03 de março de 2011
você está lendo Fuckin’ Perfect!

O que você mudaria em você?  Por que isso te incomoda tanto?

Essa é a pergunta que a cantora P!nk tenta fazer com que nós nos perguntemos ao assistir seu novo clip. Fuckin’ Perfect, assim como quase todas as outras músicas da cantora, faz uma crítica social e tenta fazer com que vejamos o mundo e as pessoas de uma maneira diferente.

O clipe da música conta a história de uma garota, que desde muito nova, se sente diferente e avulsa. No decorrer de sua vida, a jovem passa por momentos difíceis como tentativa de suicídio e anorexia.  Por conter cenas fortes, muitas pessoas criticaram o trabalho e o consideraram inapropriado para o público da cantora. Dá pra acreditar nisso?

Acho a pink foda justamente por isso. Suas músicas vão além do clichê “amor não correspondido” e o “não veja a tradução dessa música porque ela não diz absolutamente nada” e atingem nosso coração fazendo com que revejamos alguns conceitos. Por exemplo, outro dia, conversando com meu namorado, falei sobre a possibilidade de uma plástica para corrigir uma imperfeição maxilar (que nem o aparelho arrumou). Ele então virou pra mim e disse: Você é perfeita da maneira que você é. Dias depois, pensando no que ele disse, percebi o quanto aquela possibilidade era idiota.

Isso é meio complicado de se dizer, mas tem horas que eu me pego fazendo e pensando coisas que eu sou totalmente contra: Odiando o meu corpo, querendo corrigir alguns defeitos, mudando meu jeito de ser para agradar outras pessoas… Enfim. Lembro que há uns anos atrás, quando ainda não tinha esse blog e não sabia absolutamente nada sobre moda, maquaigem e afins eu criticava pessoas que eram o que eu me tornei.

Mesmo parecendo tão igual, eu me sinto diferente de todo o resto. Essa é a questão. O mundo tende a nos fazer ser igual, e eu não acho isso uma coisa muito boa. Não quero que o tempo e as pessoas ao meu redor, mudem a minha maneira de ver as coisas.

A verdade é que em meio a tanta idiotice e futilidade, a gente acaba se perdendo.
Para resolver isso, nada melhor do que um choque de realidade como o clip. Assitam:

– Quero que a arte faça pensar. Para fazer isso, às vezes você precisa deixar as pessoas irritadas ou desconfortáveis. É isso que promove discussões e mudanças positivas e essa é a minha intenção. Você não move montanhas soprando-as.

– Eu não incentivo o suicídio ou a automutilação. Eu dou força para as crianças lá fora, que se sentem tão desesperadas e impotentes que se sentem invisíveis e sem voz. Eu quero que elas saibam que eu estou ciente. Eu estive lá. Eu os vejo.

Eu to com ela, e você?