você está lendo Os herdeiros alienados do futuro

Bebida liberada, amigos, festa, alguém dirigindo, freios, batida, morte. Um resumo irritante da realidade. Não é difícil perceber a fossa para a qual muitos jovens caminham. É de praxe, num sábado à noite, sair por aí e assistir ao espetáculo sem graça de jovens entrando em coma alcoólico, fumando loucamente e perdendo a noção enquanto se drogam.

Apesar de sabermos todas as causas dessa autoflagelação, é difícil entender o propósito dos jovens ao se destruírem a cada dia. E pior: saberem disso. Três vertentes se interligam na formação de um adolescente: família, escola e amigos. A família é o alicerce principal, e isso é indiscutível. A escola é a administradora da convivência social, o primeiro contato do jovem com o mundo. E é lá onde ele conhece os amigos, onde existe, pelo menos, um exemplo a não ser seguido. Arrisco dizer que 80% deles não querem saber de estudo e a única coisa que interessa são as noites regadas a álcool, entorpecentes e sexo. Esses são os adultos que se criam e procriam, em larga escala, achando lindo o que estão fazendo. O ponto principal é a imagem. Alguém me fala quem inventou que fumar é bonito e que pegar vinte numa noite é sinônimo de virilidade. É ridículo. Menina assim, que não sabe nem a hora que está com fome, acha lindo sair que nem puta pelas ruas, fumar seu cigarro e se atracar com um cara desconhecido numa rua escura.

É a maior hipocrisia do mundo dizer, nos dias de hoje, que isso acontece pela falta de informação. Tem uma televisão ligada em qualquer esquina com propagandas educativas, tem sempre algum maço de cigarros no chão que algum porco jogou mostrando atrás o que ele ocasiona, e tem sempre um acidente de carro gerado por bebida próximo de você. É triste pensar como esses jovens de hoje vão educar a próxima geração.

Vejo meninas, só um ano mais novas do que eu, totalmente perdidas na vida, totalmente aquém do mundo real. Não é pra não fazer tudo isso que refutei, afinal sempre dizem que esses são os melhores anos da nossa vida. Mas a autocrítica é para discernimento do que é plausível e do que é loucura. Curtir uma noite com os amigos é plausível. Beber, pegar um carro pra dirigir e colocar em risco a vida de outras pessoas é loucura. Entendeu a diferença? O maior problema é achar que se está livre desse tipo de coisa acontecer com você. Não seja ingênua. Afinal, você poderia estar naquele carro.