Eu e os outros

31 de julho de 2010
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Eu nunca fui uma garota de muitos amigos, muito pelo contrário, até pouco tempo atrás chorava e molhava o colo da minha mãe com lágrimas por não conseguir fazer novas amizades. A timidez, o estrabismo, o óculos… Uma mistura de traumas me mantiveram por muito tempo a mais um metro de distância de – quase – todas as pessoas que na época, eu considerava interessantes.

Isso com o tempo diminuiu, para não dizer acabou, mas ainda sinto uma profunda necessidade do outro. Algo insaciável, que em noites como essa, deixam um  lugar vago para a solidão.

Amores a parte, porque hoje, quero falar de amizades. Das boas e velhas – novas? – amizades que talvez ainda me faltem. A correria do dia-a-dia,  meu jeito de ser, meus pais nada liberais acabam sempre me afastando e fazendo de mim, aquela que sempre marca mas nunca aparece.

Essa é inclusive uma meta para esse novo semestre, aproveitar – e reconhecer – o hoje e deixar o ontem no passado. Como eu já disse antes, com o tempo, algumas coisas se não bem cativadas acabam morrendo. Não querendo desmerecer tudo o que vivi até hoje, muito pelo contrário, foi por ter passado por tudo isso, é que hoje sou assim.

Será que alguém no mundo me entende? Quero parar de colocar ocupado no msn, e ir além do tudo bem com quem realmente quer conversar – e não com quem mexe porque precisa de alguma coisa.

Depois de dezesseis anos vivendo, e observando sempre de um ângulo que quase ninguém vê, percebi que às vezes, não sempre, funcionamos melhor sozinhas. E que não vale a pena correr atrás de amizade alheia, sem o reconhecimento recíproco. O amor, a confiança e o respeito na amizade, devem existir como uma estrada de mão dupla. No contrário, não estamos falando de amizade, estamos falando de pessoas que conhecem pessoas, colegas.