Por trás da tela

26 de julho de 2010
você está lendo Por trás da tela

Não é anti-social, nem carência, nem doença. Ter amigos virtuais é apenas deslocar o carinho do real para o digital. Tem gente que não acredita, acha falsidade e baboseira. Eu já acho que é outro nível, apenas deslocando o plano, de troca de sentimentos e confissões. Um amigo virtual é como um amigo que se muda da sua cidade, e vocês passam a se comunicar pelo computador. Não é o maníaco do parque, mas é preciso prestar atenção com quem se conversa. E com um pouco de experiência em Internet, conseguimos distinguir quem é fake e quem não é. Por isso penso que a amizade virtual existe sim. É incrível como, quando você se conecta ao mundo virtual e deixa uma mensagem triste no twitter, ele aparece te respondendo. O sorriso é involuntário e correr pro MSN é inevitável. As horas passam, os desabafos são intensos e o reconforto revigora. Isso tudo com alguém que você nunca viu na vida, por isso falar de amizade virtual é muito subjetivo. Falta a liga da coerência, porque é aparentemente loucura confessar tudo e todos para alguém “desconhecido”. O mais incrível é que confiamos mais nele do que num colega de sala. É diferente, mas ainda assim é amizade. Ele não vai te ver chorando, mas vai saber o momento de te confortar. Você não o vê sorrir, mas sente quando provocou isso nele. Você não vai olhá-lo nos olhos, mas a imagem de exibição faz passar um filme em sua mente de como será que ele digita, como ele está vestido naquele momento. Você o procura e ele responde, ao contrário de certos seres da sua vida. Pois você vai chamar por todos, e apenas ele virá. A amizade virtual vem do coração, por mais que se duvide dela. Não são os “eu te amo” que confortam, e sim a troca de confissões e conselhos sinceros. E se você tem amigos virtuais, nunca se esqueça de dizer o quanto eles importam para você. Eu tenho amigos virtuais de anos. Por isso digo que existe. Carinho pode sim vir por som de teclas digitando através de monitores.