Me, myself and I

06 de julho de 2010
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Sentir cheiro podre em torta de morango. Mexer em terra limpa e cismar que saiu com as mãos imundas. Cavar um poço e se jogar no lugar da água. Comparações bobas que representam algo que você sempre faz: sofrer por antecipação. Passamos por esse mal nas situações cotidianas. Para começar o dia, o simples fato de esquecer uma coisa em casa e gastar 10 minutos pra buscar e ir pra escola, já implica, na sua cabeça, que você vai chegar atrasada e o professor não vai te deixar entrar. O detalhe é que você está adiantada meia hora, e gasta 15 minutos pra chegar na escola. Façam as contas e vão chegar antes do sinal bater. O bichinho do mal que comanda isso é a famosa ansiedade. Suas unhas estão no talo, a insônia é sua melhor amiga e a sensação de nó na garganta sufoca. E isso tudo não é exclusividade de um assunto só. Uma prova no dia seguinte é o inferno. Imaginar se as pessoas vão ou não gostar da sua roupa na festa sábado então, mortalmente consumidor de duas horas preciosas de sono. Não adianta acordar um belo dia e falar “hoje eu vou me controlar e não ser ansiosa”. A ansiedade é característica biológica do ser humano – e é desagradável. O vazio interior é inevitável, o que causa uma baixa na auto-estima, deixando-nos com a sensação de incapacidade perante as situações, desistindo do jogo antes de jogar, desistindo da prova antes de ler, desistindo da vida antes de viver. Aquela ansiedade gostosa de espera pode te nocautear quando o que se espera não vem. Não é possível acabar com a ansiedade, mas podemos dar uma bela lição em nós mesmas, nos conhecendo melhor e tentando entender nossos limites e medos. Ter mais tato e menos “será que” na vida é o ponto de partida para qualquer controle de sofrimento antecipado. Fazer coisas que você gosta e não ligar para o que o mundo vai dizer também. Você só deve contas de sentimentos interiores a você, por mais que isso seja egoísta.